Autor (a): Colleen Hoover | Editora: Galera Record | Gênero: Romance, New Adult | Páginas: 349 | Skoob
Antes de ler este livro eu vivia me perguntando o porque de tanta gente amar a Colleen Hoover. O porque de todos elogiarem tanto as suas obras. Agora, depois de ler Novembro, 9, eu sei exatamente porque ela é tão querida. A mulher é um gênio.
Novembro, 9 nos apresenta a história de Fallon, uma jovem atriz de apenas 18 anos, que teve sua vida completamente virada de cabeça para baixo após sobreviver a um acidente incêndio que lhe causou graves ferimentos, deixando-a marcada com grandes cicatrizes por toda a extensão de seu corpo. Após o acidente, Fallon acabou perdendo seu papel como protagonista de uma série que, até então, vinha fazendo grande sucesso. Além de lhe arrancar o papel e todas as suas chances de seguir com a carreira sonhada, o acidente também tirou-lhe toda sua confiança, fazendo-a se esconder de tudo e de todos.
O livro começa quando, no dia 9 de novembro (dois anos após o acidente), Fallon sai para almoçar com seu pai, o grande culpado pelo que ocorreu. Em um determinado momento de grande discussão entre pai e filha, um jovem rapaz senta-se ao lado de Fallon fingindo ser seu namorado, para que assim seu pai pudesse parar de lhe ofender e lhe diminuir. Fallon acaba gostando do teatro apresentado pelo rapaz, e segue suas deixas até que enfim seu pai se cansa e decide ir embora.
Após Fallon se ver livre de seu pai, ela volta suas atenções para aquele que a salvou de grandes ofenças, Ben, um, até então, desconhecido. Papo vai, papo vem, Fallon acaba se abrindo para Ben, contando-lhe sobre o acidente e como isso a afetou, enquanto ele lhe conta sobre um pouco da sua vida e seu grande sonho de ser um escritor. Ao final do dia, depois de muita conversa e diversão, Fallon decide contar-lhe que está de partida para Nova Iorque, o que acabará com qualquer chance que eles tenham de se verem novamente. Como Ben não desiste fácil, ele propõe algo completamente inacreditável: que eles se encontrem durante todos os anos até que Fallon complete 23 anos. Por que 23 anos? Porque é, segundo sua mãe, o tempo necessário para que nós nos encontremos, pois como a própria dizia, você jamais conseguirá se encontrar enquanto estiver perdida em outra pessoa, e isso era algo que Fallon não queria.
Após toparem com essa ideia maluca onde, Ben escreverá a história dos dois contanto que se encontrem todos os 9 de novembro durante cinco anos, eles acabam por se separar. Porém só fisicamente, pois seus pensamentos nunca abandonaram um ao outro.
Para início de conversa, precisamos admitir que essa ideia de duas pessoas que se conhecem há apenas um dia, marcarem de se encontrarem todos 9 de novembro, durante 5 anos, é simplesmente genial maluco, porém genial. Foi exatamente essa premissa que me prendeu desde o início, a ideia de que eles se veriam somente um dia por ano e era isso que importava.
Mas é preciso que vocês saibam que a história é muito mais do que isso. Uma coisa incrível sobre a Colleen é a maneira como suas histórias começam de maneira simples e terminam de uma maneira grandiosa. Esse é aquele tipo de livro que mesmo você prevendo mil possibilidades para o final da história, você ainda sim será surpreendido, pois aqui os plot twist são muito bem trabalhados e, acima de tudo, escondidos. Quando você se da conta da reviravolta é porque ela já aconteceu.
Algo que me agradou demais neste livro foi o fato de que temos dois protagonistas incríveis. Uma coisa que me desagrada muito em livros narrados por duas ou mais pessoas é que, na maioria dos casos, sempre tem aquele personagem que você ama, e aquele que você odeia e que te deixa com vontade de pular as páginas para chegar logo ao capítulo narrado pelo seu favorito. Porém, felizmente, isto não é algo que encontramos em Novembro, 9, afinal de contas, chega a ser difícil se decidir entre a Fallon e o Ben, ambos são personagens extremamente reais, com defeitos e qualidades comuns e, acima de tudo, carismáticos. São aqueles personagens cujas piadas feitas você consegue se imaginar fazendo, e não aqueles que recitam poemas enormes sem ao menos consultar a internet.
Ah, e antes que eu me esqueça, tem algo muito legal de se ler nesse livro que são os elementos metalinguísticos. É muito bacana ver a autora se utilizando de um romance para fazer várias críticas aos próprios romances atuais, cheios de machismo, instalove (amor instantâneo que por sinal é rídiculo), entre outros. Conseguimos ver que, para criar essa história, a Colleen reuniu todos os clichês e elementos que, nós leitores não aguentamos mais, e os colocou de lado, usando-os em certos momentos como ferramentas de deboche.
Novembro, 9 acabou por se tornar não somente a melhor leitura que eu fiz no ano, como em todos os meus 16 anos. Eu sei que parece exagero e pode até ser mesmo, mas esse livro é definitivamente uma obra prima. É um exemplo a ser seguido pelos novos autores que pretendem escrever romances realistas. Colleen conseguiu não somente dar a seus leitores uma obra incrível, como dar-lhes um motivo para sorrir ou chorar durante todos os próximos 9 de novembro.
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