Autor (a): Maria Dahvana Headley | Editora: Galera Record | Gênero: Fantasia, YA | Páginas: 303 | Skoob
Magônia é uma fantasia que gira em torno de Aza Ray Boyle, uma jovem de 16 anos (se não me engano) que sofre de uma doença tão rara que só tem como portadora a própria Aza. Síndrome de Azaray. Bem genial, não é? Essa doença atinge diretamente seus pulmões, dificultando a sua respiração a ponto de coloca-la em constante risco. Além disso a doença, de alguma forma desconhecida, fez com que a mesma tivesse o coração localizado em um lugar inesperado.
O verdadeiro enredo começa a partir do momento em que, num determinado dia, Aza vê um navio voando no céu. É claro que ninguém acredita no que ela pensa ter visto, afinal de contas, tudo pode não passar de alucinações provocadas pelos remédios que ela ingere com o intuito de minimizar os sintomas da doença. Porém Aza não estava errada, mas ela só descobrirá isso quando acordar rodeada por homens-pássaros após ter desmaiado em seu quarto por, supostamente, ter engolido um pássaro.
É então que ela descobrirá que esses "homens-pássaros" são na verdade um povo chamado de Magônianos, nativos de Magônia, uma terra mágica onde tudo acontece através do canto. Além do fato de que o céu é habitado por diversos navios piratas com tribulações magonianas que roubam alimentos terrestres para sobreviver.
É claro que como nem tudo podia ser perfeito, Aza descobre que ela é filha da capitã do navio em que se encontra, e que, segundo sua mãe, ela é muito poderosa e será necessária na missão de salvar todo o povo magoniano de uma provável extinção causada pela tamanha poluição produzida pelos seres humanos.
![]() |
Eu sei que a música não tem nada a ver com o livro, porém um hino é um hino |
A melhor palavra para descrever esse livro é sem dúvidas original. A autora conseguiu criar um enredo inimaginável, cheio de elementos fantásticos inovadores e inesperados. Para começo de conversa eu preciso dizer o quão incrível é o sistema de magia proposto nesse livro. Diferente de Harry Potter, onde temos as varinhas, em Magônia o instrumento que possibilita a magia é a voz, o canto. Genial, não?
Além disso eu adorei a ideia de piratas no céu. Confesso que nunca fui grande fã de piratas e tudo mais, porém aqui, por ser tudo muito novo, é quase impossível não ficar admirado com tudo que o constitui.
Ao meu ver o livro é merecedor de muita admiração pelo simples fato de que ele faz uma crítica enorme aos nossos costumes e como isso está, pouco a pouco, acabando com o nosso planeta. Centenas de espécies animais já foram extintas por nossa culpa. Será que os próprios seres humanos terão que passar pelo início de um processo de extinção para que assim a gente pare de destruir o planeta e a natureza que temos?
Apesar de todas as novidades e inovações que o livro trás, ele não consegue escapar de alguns clichês, e isso acabou me irritando um pouco. Porém o que mais me desagradou nesse livro foi a própria Aza, uma personagem que não me agradou em nenhum momento. O problema não foi ela ser chata ou qualquer outra coisa do tipo, mas sim o fato de que ela não tem qualquer personalidade. Sabe aquele personagem secundário que dificilmente ficará na sua memória por algum tempo? Então, ela é exatamente esse tipo de personagem, o que para mim não faz jus ao título de protagonista de uma história.
Eu realmente queria chegar aqui e dizer que eu amei esse livro e que foi um dos melhores do ano, até mesmo porque ele tem um potencial enorme. Porém essa foi uma leitura muito entediante. Sinceramente, eu empurrei o livro todinho com a barriga só para ver qual seria o desfecho (que infelizmente não me satisfez). Acredito que meu maior problema tenha sido com a narrativa, que foi um tanto quanto poética demais para o que eu estava esperando.
No geral, esse é um livro que eu super indico. Tenho plena consciência de que ele não funcionou para mim mas que muito provavelmente funcionará para todos vocês. Magônia é um livro original, mágico, encantador e com um enredo totalmente inesperado. Uma leitura indispensável para aqueles que amam fantasias.
0 comentários